Influências da pandemia da COVID-19 para o desenvolvimento da linguagem infantil

análise de aspectos biopsicossociais

Resumo

A pandemia instaurada pela COVID-19 desencadeou consequências mundiais, não somente acerca de aspectos biológicos, como também psicossociais. Nesse sentido, o presente artigo busca compreender a influência do período pandêmico para o desenvolvimento da linguagem infantil. Foi adotado como método de procedimento, uma revisão da literatura, baseada em publicações entre os anos de 2017 e 2021. Buscou-se produções complementares para a fundamentação e embasamento teórico. Como resultados constatou-se que quanto à esfera biológica, foi evidenciado um aumento expressivo do cortisol infantil. Além disso, houve uma gradação de exposição à tecnologia, relacionada a diminuição da massa cinzenta cerebral. Em níveis psicológicos, o surgimento e a intensificação de sentimentos de ansiedade, impaciência e letargia, além de alterações cognitivas relacionadas à linguagem, memória e raciocínio se fizeram presentes. Ainda, ao comparar escalas de Coeficiente de Inteligência (QI) entre crianças socialmente isoladas a aquelas cujo convívio social foi preservado, houve uma menor pontuação do primeiro grupo. Por último, o enfraquecimento nas interações sociais e o convívio restrito mostraram-se igualmente danosos para a habilidade social. Não obstante, observa-se nos cuidadores um sentimento de sobrecarga e maior dificuldade em exercer a parentalidade da forma que entendem como adequada, em consequência às alterações de modalidade escolar e profissional. Esta instabilidade no vínculo entre os infantes e seus cuidadores pode estar associada a um prejuízo na aprendizagem. Conclui-se, a partir dessa breve análise, que a aquisição e progressão da linguagem infantil, em razão do cenário pandêmico e suas implicações está, possivelmente, em risco. Entretanto, é essencial considerar a subjetividade de cada criança para futuras conclusões.

Palavras-chave: Linguagem infantil; COVID-19; Aspectos biopsicossociais.