Comparativo de registro diagnóstico de endocardite não bacteriana em pacientes com a doença de lúpus eritematoso sistêmico em cães X humanos
Resumo
A endocardite não bacteriana, também chamada de endocardite de Libman-Sacks ou Endocardite trombótica, é a presença de vegetações assépticas, compostas por agregados de fibrina e plaquetas, diferenciando-se da endocardite infecciosas pela ausência de qualquer processo infecciosos subjacente. Uma patologia de causa geralmente secundária a doenças sistêmicas. Em humanos, a endocardite não bacteriana está mais relacionada em casos de lúpus eritematoso sistêmico (LES), a Linfoma de Hodgkin e Síndrome do anticorpo antifosfolipideo. O LES é uma doença crônica, sistêmica e inflamatória de origem autoimune, que compartilha de diversos fatores genéticos, ambientais e hormonais. Os danos sistêmicos ocorrem devido à resposta autoimune, acompanhada da resposta imunológica de maneira exagerada, promovendo um estado de inflamação crônica nos tecidos. Na Medicina Veterinária, dados referentes a endocardite não bacteriana em cães são escassos. Objetivou-se no presente estudo, revisar a literatura brasileira dos últimos cinco anos acerca das diferenças de sinais clínicos e tratamentos associados à endocardite não bacteriana em cães e humanos. Para tal, utilizou-se o Google Acadêmico como base de dados, considerando apenas estudos em português, e utilizando os seguintes descritos: Endocardite de Libman-Sacks, lúpus eritematoso sistêmico, lúpus eritematoso sistêmico em cães, endocardite trombótica não bacteriana, endocardite trombótica não bacteriana em cães, endocardite não bacteriana em cães, endocardite de Libman-Sacks em cães. Na ausência de registro de Endocardite não bacteriana em cães, foram selecionados estudos em humanos com um total de 10 estudos, dos quais os sinais clínicos mais frequentemente relatados foram: alterações cardíacas em 80% dos casos, sendo os mais comum pericardite (60%), seguido de miocardite (30%) e Endocardite de Libman-Sacks (20%). Afetando o sistema circulatório, autores relatam anemia (50%), vasculite (50%). Alterações renais foram relatadas em 80% dos artigos, estacando a Nefrite (50%). Já nas alterações psíquicas 50% dos artigos destacam a psicose em 30% dos casos. Os sinais menos frequentes encontrados foram: alopecia, Pneumonia, hepatite, serosite, febre, fotossensibilidade e pancreatite. O LES sistêmico também é uma patologia encontrada em cães, sendo os sinais clínicos e manifestações sistêmicas relatados: convulsão, alopecia, dermatites, poliúria, artrite e temperatura constantemente elevadas. Fato que evidencia a falta de diagnóstico ou sinais clínicos de alterações cardiovasculares e pulmonares. Levando em consideração que o LES também é uma doença que acomete cães, pode ser questionável a evolução da doença em comparação aos humanos, podendo sugerir que a Endocardite não bacteriana em cães os casos são raros, mas também podem estar sendo ignorados ou até desprezados em exames clínicos o que destaca a importância de uma avaliação clinica de forma mais abrangente e sistêmica, incluindo de exames complementares e um exame físico minucioso em doenças que acometem o sistema imunológico. Na veterinária o diagnóstico de LES é considerado um desafio para os médicos veterinários devido à complexidade da doença e dos sinais que podem ser confundidos com outras doenças autoimunes, se tornando ainda mais difícil o diagnostico de endocardite não infecciosa relacionado ao Lúpus Eritematoso Sistêmico.
Palavras-chave: Endocardite de Libman-Sacks; Endocardite trombótica; Autoimunidade.
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