Astenia Dérmica Regional Hereditária Equina (HERDA)
revisão de literatura
Resumo
A astenia dérmica regional hereditária equina (HERDA) é uma doença dermatológica hereditária de caráter autossômico recessivo, causada pela mutação de um gene que afeta a formação adequada do colágeno. A palavra astenia é caracterizada por uma condição de fraqueza, quando em junção com a palavra dérmica, pode-se associar a uma pele fraca (sensível). Dessa maneira, analisando de uma forma bruta, podemos sugerir que essa condição não seja considerada grave para o animal. Contudo, o objetivo deste resumo foi abordar como a HERDA afeta a saúde e bem estar desses animais, através de uma revisão de literatura. Foi realizada uma pesquisa sobre a doença no Google Acadêmico, sendo selecionados relatos de casos que abordassem o perfil genético e as características clínicas da HERDA. A HERDA ocorre por mutações no gene da ciclofilina B que levam a uma substituição da glicina por arginina na sequência da proteína codificada. A ciclofilina B é a proteína responsável pela organização do colágeno, que tem a responsabilidade de firmar e dar elasticidade a pele, porém na HERDA o colágeno não realiza suas funções corretamente. Na maioria dos casos, a doença se manifesta quando os equinos começam seu treinamento de adestramento, com atrito das selas na pele causa lesões cutâneas, podendo causar também alopecia, já que a pele fina e sensível compromete a cicatrização. Ademais, os animais com a doença podem apresentar sensibilidade dolorosa ao manuseio, que podem ser associadas a mudanças significativas no comportamento do animal. A HERDA afeta tanto machos quanto fêmeas e só se apresenta no fenótipo do cavalo quando os alelos estiverem em homozigose por ser uma condição autossômica recessiva, porém cavalos que possuem um alelo mutado são portadores, ou seja, podem transmitir a mutação a seus filhotes, caracterizando seu padrão hereditário. Essa doença acomete grande parte dos cavalos Quartos de Milha e pesquisas indicam que por fazerem acasalamentos consanguíneos eleva a chance de dois alelos recessivos se unirem, desenvolvendo um animal com a HERDA. O diagnóstico é feito por meio de anamnese, fatores clínicos e pelo retardo cicatricial em conjunto com a hiperextensão da pele, podendo também se utilizar exames laboratoriais. Após o diagnóstico para a HERDA se mostrar positivo, não se sugere que o animal seja usado para reprodução. Se o animal apresentar pequenas lesões que não comprometam sua saúde clínica, o mesmo consegue conviver com a doença, porém como muitos desses animais são utilizados para reprodução, quando se confirma a doença perdem totalmente seu valor de mercado, na grande maioria desses casos os animais são submetidos a eutanásia. Portanto, se torna evidente nesse resumo o quanto a HERDA afeta a qualidade de vida dos cavalos e muitas vezes define seu padrão de vida. O diagnóstico precoce é imprescindível para a prevenção de novas proles com doença, já que leva a identificação de parentes portadores (heterozigotos), o que é vantajoso para os programas de reprodução.
Palavras-chave: Genética; Cavalo; Mutação
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