Óbitos por hemoglobinopatias no estado do Rio Grande do Sul
avaliação de dados disponíveis no Sistema de Informação de Mortalidade
Resumo
Hemoglobinopatias são condições clínicas resultantes de mutações nos genes da globina, que constituem a hemoglobina, gerando alterações na síntese ou na estrutura desta proteína. A alteração na síntese, ou seja, a Talassemia, ocorre quando há um defeito na produção da hemoglobina. Já a Anemia Falciforme se dá quando há mutações na beta globina, alterando a estrutura da hemácia, fazendo com que elas percam seu formato característico e se estruturem no formato de foice, além de terem a membrana mais frágil que é facilmente rompida. Pacientes portadores destas patologias geralmente apresentam dores ósseas e infecções de repetição e quadro clínico graves que levam à óbito pessoas jovens. O objetivo deste trabalho foi quantificar o número de óbitos por hemoglobinopatias no Rio Grande do Sul (RS) durante o período de 2015 a 2019, conforme análises de registros do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Foram coletados os números de óbitos para os CIDs D56 (talassemia) e D57 (transtornos falciformes) no Painel de Monitoramento da Mortalidade por CID-10 do Ministério da Saúde no período de 2015 a 2019, estratificando os dados por faixa etária, sexo e cor/raça. Trata-se de uma avaliação preliminar em virtude de um projeto de hemoglobinopatias que está iniciando o seu recrutamento. Durante o período de 2015-2019 ocorreram 30 óbitos por anemia falciforme e três óbitos por talassemia no RS. Apesar dos índices serem baixos, os dados mostram um cenário em que há maior ocorrência de óbitos por anemia falciforme na população feminina negra, de idades igual ou superior a 30 anos. No entanto, é possível observar que as mortes em pessoas brancas, ainda que em menor proporção geral, nos anos de 2015 e 2016. Nota-se uma homogeneidade quanto à faixa etária, de maior mortalidade em idades entre 30-59 anos, não havendo muita distinção entre sexo e cor/raça. Contudo, os óbitos ocasionados por Talassemia possuem uma característica epidemiológica diferente, pois são ainda mais raros – com uma incidência de três óbitos apenas durante o período analisado - acometendo majoritariamente a população branca com idades variadas, inclusive entre a população mais jovem, o que está de acordo com a gravidade da condição clínica. Apesar da população gaúcha ser majoritariamente branca, os relatos de óbitos de anemia falciforme demonstram a necessidade de estudar essa condição, uma vez que se trata de uma doença negligenciada, com maior prevalência na população negra.
Palavras-chave: Anemia falciforme; talassemia; hemoglobina
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