Casos de suicídio na pandemia por Covid-19
um estudo comparativo
Resumo
A cada 40 segundos uma pessoa morre vítima de suicídio no mundo, isso equivale à 800 mil pessoas por ano, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. Com a chegada da pandemia causada pelo coronavírus, os fatores de risco relacionados ao suicídio aumentaram significativamente. De acordo com uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial no Brasil, Chile, Peru e Canadá, cerca de 50% dos participantes relataram uma piora em sua saúde mental um ano após o início da pandemia. Doenças mentais, tais como depressão e ansiedade, problemas afetivos e relacionais, uso de substâncias psicoativas, bullying e traumas são alguns dos fatores de risco que mais contribuem para o ato do suicídio. Somado a esses fatores, as mudanças ocasionadas na vida das pessoas pela pandemia podem ter contribuído para um maior sofrimento psíquico. Nesse sentido, uma preocupação que a pandemia suscitou é que, devido ao distanciamento social, poderia aumentar o número de mortes por suicídio. Com o interesse de analisar a situação dos últimos três anos, este estudo tem como objetivo comparar a quantidade de casos de suicídio ocorridos em 2018, 2019 e 2020. Trata-se, portanto, de um estudo comparativo, de abordagem qualitativa em que descreve-se os dados e realiza-se uma breve análise dos resultados. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicados em 2020, no ano de 2018 cerca de 11.327 suicídios foram consumados no Brasil. O que significa dizer que a cada 100 mil habitantes, 5,4 brasileiros tiraram a própria vida neste período. Em 2019, o número total passa a ser 12.745, elevando para 6,1 a mesma taxa. No ano de 2020 houve 12.895 mortes, evidenciando uma variação de 0,4% em relação ao ano de 2019, o que sugere uma tendência de estabilidade entre esses dois períodos. Embora, tal estatística surpreenda pelo fato de haver uma expectativa de aumento exponencial de casos e não sua diminuição dada as circunstâncias pela pandemia, faz-se necessária a reflexão a respeito. Primeiro, pode haver subnotificação de dados o que resulta em informações inexatas em relação aos eventos ocorridos. Por outro lado, a aproximação e a presença mais constantes dos membros da família podem favorecer ambientes mais seguros física, mental e emocionalmente para a pessoa em estado de vulnerabilidade, diminuindo assim, os riscos, o que pode explicar o aumento não considerável de casos. Um outro ponto a considerar é o fato de que não há dados referentes ao ano de 2021, portanto, não se pode afirmar, ainda, que os casos de suicídio não aumentaram durante o período de pandemia no Brasil. Somente após a leitura dos dados do ano de 2021 é que será possível uma leitura mais coerente com o contexto pandêmico. Conclui-se, através dessa breve comparação, que os índices de suicídio se mantiveram estáveis entre os anos de 2018, 2019 e 2020, com pequenas variações. Contudo, é fundamental o monitoramento de casos afim de desenvolver de pesquisas acerca desses impactos, possibilitando ações de intervenção e prevenção ao suicídio.
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