Descarte inadequado de fármacos
uma revisão de literatura
Resumo
O descarte inadequado de medicamentos não utilizados, seja pela sobra de tratamento farmacológico ou por vencimento, produz impacto ambiental considerável e afeta diversos ecossistemas. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica para compreender os danos causados pelo descarte incorreto de medicamentos. Buscou-se artigos na base de dados Scielo para aprofundamento do tema escolhido e pesquisas realizadas com catadores e população em geral, a fim de construir uma revisão bibliográfica coerente e que permita visualizar soluções para o problema apontado. O descarte incorreto mais comum, ocorre em pias, vasos sanitários e lixo doméstico. Provoca a contaminação da água, solo e alimentos, além de levar à intoxicação animais e humanos, seja através da rede de esgoto, córregos, nascentes ou aterros sanitários. Organismos presentes em rios e córregos contaminados pelos chamados contaminantes emergentes (perfumes, inseticidas e medicamentos), apresentam problemas de reprodução, locomoção e até mesmo óbito e microrganismos passam a desenvolver resistência aos fármacos. O conhecimento sobre os riscos do uso de medicamentos fora do prazo de validade, a perda de sua eficácia e os danos à saúde é de conhecimento da população, porém os danos ao ecossistema causados pelo descarte incorreto deles, ainda são pouco conhecidos e discutidos, sendo considerado o maior fator causal do problema. Não há educação ambiental eficiente para impedir esses danos. O solo adequado, possui em sua composição: ar, água, minerais e matéria orgânica. Estes componentes são importantes e possibilitam o desenvolvimento e interação de muitos organismos, como plantas, minhocas e insetos. A contaminação causada pelo contato direto de medicamentos com o solo proporciona a intoxicação deles, de outros animais e humanos. O fator causal do problema encontrado, é o descarte incorreto por parte da população. Pensando em saúde pública, observa-se a necessidade de adotar medidas de conscientização geral. Orientar e facilitar o acesso a locais de descarte correto, como a logística reversa hoje disponibilizada em farmácias, onde o estabelecimento torna-se responsável pelo recolhimento e descarte correto, mostra-se eficiente. Outra forma eficiente, é a orientação realizada pelo profissional farmacêutico quanto aos perigos da automedicação e a tentativa de reduzir a quantidade de medicamento que será vendida ao paciente, visando diminuir sobras de tratamento e o possível descarte dos mesmos. A realização deste trabalho, permitiu a observação que grande parte da população ainda desconhece os prejuízos e as consequências do descarte incorreto de medicamentos. A preservação de mananciais e solo deve ser considerada prioridade para manutenção da vida no planeta. Os resquícios de fármacos e componentes químicos oriundos do descarte incorreto, são capazes de modificar o ecossistema e comportamento ambiental. Recomenda-se a gestão de resíduos, a ser realizada pela indústria farmacêutica, distribuidores, comerciantes e poder público, bem como a ampliação dos pontos de coleta. Mostrou-se também, a necessidade de adoção de medidas fiscalizatórias e de controle mais rígidas. A educação ambiental também deve ser mais eficiente, e para que a preservação do meio ambiente aconteça, faz-se necessário que a população consumidora seja capaz de realizar o descarte correto de resíduos, incluindo os farmacológicos.
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