Matriciamento no enfrentamento à sífilis

Resumo

O matriciamento ou apoio matricial é um modo de produção de saúde em que as equipes promovem uma construção compartilhada de intervenção pedagógica-terapêutica. No processo de integração entre Vigilância Epidemiológica, Políticas de Ações em Saúde, Serviço de Atendimento Especializado em IST/ HIV/ AIDS e Atenção Básica com as Equipes de Referência, construímos espaços de reflexão e avaliação de ações no combate à epidemia de sífilis. A proposta do matriciamento da sífilis visa transformar a lógica tradicional e pouco dinâmica dos sistemas de saúde de forma a garantir ações horizontais entre usuários da rede assistencial. Na especificidade dos casos de sífilis adquirida, gestacional e congênita é importante que as equipes de referência atuem de forma interdisciplinar, atuando com responsabilidade sanitária que inclui o cuidado longitudinal que promova uma assistência a partir dos aspectos que vulneram a saúde dos indivíduos. A equipe matriciadora objetiva proporcionar retaguarda da assistência, assim como suporte técnico-pedagógico para uma construção coletiva de projetos terapêuticos junto à população. Iniciamos em 2017 um plano de enfrentamento que constituiu grupos de trabalho, a estruturação do Comitê de Transmissão Vertical, ações de Educação Permanente e retomamos as atividades com o grupo do matriciamento e suporte às equipes de referência para a realização de busca ativa dos pacientes não aderentes, encerramento dos casos em seguimento terapêutico e atividades preventivas. No período de agosto a setembro de 2021 retomamos as ações de enfrentamento da epidemia de sífilis, interrompidas em 2020 em decorrência da pandemia da COVID19, com o objetivo de retomar as atividades, resgatar as ações implantadas e propor um novo plano de ação a partir do novo contexto social que apresenta maiores vulnerabilidades em decorrência do período pandêmico.